Lago de Furnas atinge a cota mínima 762 reivindicada pelos mineiros

Às 20 horas do dia 31 de janeiro de 2022 foi alcançado o nível da Cota 762 em prol do lago de Furnas. A luta pela causa foi encabeçada por vários mineiros que se preocupam de algum modo com a sobrevivência e natividade do lago. Muitos mineiros dependem diretamente do lago para sobreviver economicamente, a natureza também depende do lago para sua sobrevivência.

A luta de muitos membros do grupo Pró-Furnas teve início em maio de 2019, a partir da primeira audiência pública na Assembleia Legislativa de MG, na Comissão de Minas e Energia. Em 5 de dezembro de 2019, foram entregues formalmente o 1.º Manifesto Pró-Furnas 762, ao então Ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, em Belo Horizonte, relatando o descaso das autoridades federais com o uso múltiplo das águas no Lago de Furnas.

A partir de então, o grupo participou da audiência pública no Senado Federal em 5 de março de 2020 e de reuniões por 15 meses na Agência Nacional das Águas, cobrando o atendimento às demandas de MG — o atendimento ao direito de Minas Gerais de se manter uma cota mínima para o Lago, para viabilizar as inúmeras atividades que nasceram a partir da construção da usina. O grupo lutou e oficializou as demandas junto aos ministérios Minas e Energia, Infraestrutura e do Desenvolvimento Regional, paralelamente à gestão da página Pró-Furnas nas mídias sociais, que informa a sociedade sobre a situação político-social e econômica da gestão de energia no país há anos sem um olhar para MG.

Em parceria com o grupo Pró-Peixoto, junto ao Governo de Minas, através do Grupo de Trabalho por ele criado no âmbito da Secult, para construção de soluções e para a consecução de nossos objetivos. Foi elaborado um documento para amplo conhecimento dos participantes do grupo e da sociedade, onde foi debatido e ouvidos pelo Governador através de reunião online, à qual se seguiu uma visita pessoal do mesmo a Alfenas para constatar a lama e o lodo de do Lago.

Posteriormente, o Governador atendeu às demandas da sociedade civil e notificou a ANA e ANEEL para o cumprimento da EC 106 e revisão das outorgas concedidas à Furnas. As parcerias com a Acminas, Federaminas e Associações Comerciais e Empresariais de Minas se consolidaram através de um processo de articulação e sensibilização das empresas associadas diretamente ligadas aos Lagos de Furnas e Peixoto.

 Cota 762
A gestão temerária dos recursos hídricos pelo Governo Federal, há anos, impossibilita o exercício do trabalho de mais de 1 milhão e 500 mil pessoas que aprenderam a lidar com as novas atividades advindas da inundação de terras férteis. Com a chegada da 762 — que ocorreu nesta terça-feira(01) — traz esperança para muitos que dependem
da água e que sofrem duplamente, em função da pandemia.

Aproveitando a hidrologia favorável, é necessário alcançar a cota máxima 768 até o final do período chuvoso, para armazenar água em Furnas, para atender e gerar até a 762 para abastecer as demais 12 usinas, e gerar energia apenas até o limite da 762. Assim continuar contribuindo para o país, mas preservando a soberania de MG através do uso múltiplo da água para os mineiros e suas atividades.

O grupo tem trabalhado politicamente junto ao Governo de MG — com IEPHA-MG e SECULT, e junto à ALMG – na Comissão de Gastronomia e Turismo e na Comissão de Meio Ambiente e Sustentabilidade. Participamos ativamente das ações pelo tombamento junto às esferas executiva e legislativa. Em setembro de 2021, o Governo de MG abriu oficialmente o processo administrativo de tombamento dos Lagos de Furnas e Peixoto, como patrimônio paisagístico de Minas Gerais, em consonância com a EC 106, de autoria do dep. Prof Cleiton e homologada pela quase unanimidade dos deputados estaduais em dez de 2020.

Ainda lutamos pelo licenciamento ambiental de Furnas Centrais Elétricas — que tem postergado sistematicamente há décadas a apresentação dos documentos EIA/RIMA necessários para submissão ao Governo de Minas.
E mantemos agora um novo Grupo de Trabalho junto à Secult com todos os movimentos sociais e circuitos turísticos de MG, para nos mantermos atuantes e combativos – com vistas à defesa da EC106, ao licenciamento de Furnas e ao tombamento dos Lagos, para assim construirmos um Plano de Desenvolvimento Regional do Turismo no Mar de Minas.

Apoio dos Políticos
Nossos objetivos estão bastante alinhados, e, juntamente com Pró-Peixoto, nosso parceiro de
luta direta, convocamos os políticos da região para que o Governo Federal atenda nossas demandas quanto:

 Plano de Recuperação dos Lagos de Furnas e Peixoto,
Revisão das Outorgas, em consonância com a EC 106,
 Derrocamento do pedral de Nova Avanhandava, que nos garantiria recuperar um volume de 8% do volume útil do Lago de Furnas. Esperamos que os políticos da região reforcem nossa luta, defendendo o direito de Minas Gerais e o cumprimento da EC 106, já em pauta na ALMG. Para juntos entregarem à população mineira o Plano de Desenvolvimento Regional, ampliando trabalho e renda para todos.
Para a chegada da 762, os grupos Pró-Furnas e Pró-Peixoto formataram uma ampla campanha para resgatar a soberania de Minas e o respeito pelo nosso patrimônio paisagístico, que será lançada até o dia 2 de fevereiro, digitalmente nas nossas páginas e, simultaneamente com a distribuição de adesivos pela manutenção das cotas 762 e 663.

Veja abaixo o documento na íntegra.
Fonte Portal Onda Sul

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